Os sabiás de São Paulo já estão cantando durante a madrugada, e quando isso começa a acontecer, é sinal de que o inverno está acabando e logo entraremos no período reprodutivo das aves, que vai até março. Com a chegada das estações mais quentes do ano, chegam também as aves migratórias da primavera e do verão, um grupo amplo de espécies que viajam milhares de quilômetros, vindas de regiões distantes como a América do Norte ou de várias regiões da América do Sul, para descansar ou mesmo se reproduzir na nossa cidade. Entre estas aves estão alguns parentes do Bem-te-vi, como o Suiriri e o Tesourinha, aves limícolas, que vivem em águas rasas, como os maçaricos e batuíras, alguns gaviões e falcões, como o Falcão-peregrino e a Águia-pescadora, algumas andorinhas e andorinhões e até mesmo espécies de aves noturnas, como curiangos e urutaus, que são de famílias distintas das corujas, mas que também ficam ativos à noite. Durante este período, a cantoria pela cidade é constante, pois tanto as aves viajantes como as residentes, ou seja, aquelas que ficam o ano todo por aqui, como os sabiás, começam a cantar para demarcar e defender seus territórios, atraindo as fêmeas para a reprodução. Entre as aves migratórias que vão chegar este mês na nossa cidade, destacamos o conhecido e elegante Tesourinha e o desconhecido e enigmático Tujú.
Tesourinha Foto: Fabio Schunck
O Tesourinha (Tyrannus savana) é uma ave conhecida por ter a cauda longa, que quando aberta, lembra uma tesoura, de onde vem o seu nome popular. Se alimenta basicamente de insetos, que captura em voo, fazendo acrobacias mirabolantes, com ajuda de sua cauda extravagante. Estas aves têm um papel ecológico muito importante para a nossa cidade, pois fazem o controle biológico dos insetos, comendo centenas por dia, nos beneficiando diretamente. Elas se reproduzem na nossa cidade e depois, com seus filhotes, fazem uma longa migração em direção ao norte, até países como a Venezuela, atravessando o Cerrado e a extensa floresta amazônica, viajando milhares de quilômetros todos os anos. Gostam de se reproduzir em áreas naturais abertas, com árvores isoladas, como nas margens do rio Pinheiros e na Represa do Guarapiranga, onde são comuns.
Tujú Foto: Fabio Schunck
O Tujú (Lurocalis semitorquatus) é uma ave noturna da família dos curiangos e bacuraus. Seu nome tem relação direta com seu canto, um assovio curto e forte, que lembra a palavra “tujú”. O bico parece pequeno, pois boa parte dele fica escondido, mas quando está aberto funciona como um alçapão, capturando os insetos em voos certeiros e rápidos, muitas vezes próximo de postes com iluminação. São mais ativos no início da noite e ao amanhecer, quando é possível escutá-los cantando. Gosta de regiões arborizadas, onde passa o dia repousando sobre um galho, totalmente camuflado e protegido dos predadores. Isso é chamado de mimetismo, ou seja, quando um animal possui características que o confundem com outro organismo, neste caso com o galho da árvore, inclusive com as manchas brancas dos líquens. Sua migração ainda é pouco conhecida no Brasil, o que sabemos é que eles aparecem por aqui nos meses mais quentes do ano, depois, provavelmente migram para as regiões centro-oeste e norte do país, como a Amazônia.
É um privilégio receber a visita destas aves migratórias na nossa cidade, que além de nos encantar com suas formas, cores e cantos, nos ajudam com seus serviços ecológicos. Temos que fazer nossa parte, preservando as áreas naturais que ainda restam, para que elas possam continuar nos visitando nos próximos anos.
PREPARE-SE! A cantoria das Aves vai começar
Os sabiás de São Paulo já estão cantando durante a madrugada, e quando isso começa a acontecer, é sinal de que o inverno está acabando e logo entraremos no período reprodutivo das aves, que vai até março. Com a chegada das estações mais quentes do ano, chegam também as aves migratórias da primavera e do verão, um grupo amplo de espécies que viajam milhares de quilômetros, vindas de regiões distantes como a América do Norte ou de várias regiões da América do Sul, para descansar ou mesmo se reproduzir na nossa cidade. Entre estas aves estão alguns parentes do Bem-te-vi, como o Suiriri e o Tesourinha, aves limícolas, que vivem em águas rasas, como os maçaricos e batuíras, alguns gaviões e falcões, como o Falcão-peregrino e a Águia-pescadora, algumas andorinhas e andorinhões e até mesmo espécies de aves noturnas, como curiangos e urutaus, que são de famílias distintas das corujas, mas que também ficam ativos à noite. Durante este período, a cantoria pela cidade é constante, pois tanto as aves viajantes como as residentes, ou seja, aquelas que ficam o ano todo por aqui, como os sabiás, começam a cantar para demarcar e defender seus territórios, atraindo as fêmeas para a reprodução. Entre as aves migratórias que vão chegar este mês na nossa cidade, destacamos o conhecido e elegante Tesourinha e o desconhecido e enigmático Tujú.
Tesourinha
Foto: Fabio Schunck
O Tesourinha (Tyrannus savana) é uma ave conhecida por ter a cauda longa, que quando aberta, lembra uma tesoura, de onde vem o seu nome popular. Se alimenta basicamente de insetos, que captura em voo, fazendo acrobacias mirabolantes, com ajuda de sua cauda extravagante. Estas aves têm um papel ecológico muito importante para a nossa cidade, pois fazem o controle biológico dos insetos, comendo centenas por dia, nos beneficiando diretamente. Elas se reproduzem na nossa cidade e depois, com seus filhotes, fazem uma longa migração em direção ao norte, até países como a Venezuela, atravessando o Cerrado e a extensa floresta amazônica, viajando milhares de quilômetros todos os anos. Gostam de se reproduzir em áreas naturais abertas, com árvores isoladas, como nas margens do rio Pinheiros e na Represa do Guarapiranga, onde são comuns.
Tujú
Foto: Fabio Schunck
O Tujú (Lurocalis semitorquatus) é uma ave noturna da família dos curiangos e bacuraus. Seu nome tem relação direta com seu canto, um assovio curto e forte, que lembra a palavra “tujú”. O bico parece pequeno, pois boa parte dele fica escondido, mas quando está aberto funciona como um alçapão, capturando os insetos em voos certeiros e rápidos, muitas vezes próximo de postes com iluminação. São mais ativos no início da noite e ao amanhecer, quando é possível escutá-los cantando. Gosta de regiões arborizadas, onde passa o dia repousando sobre um galho, totalmente camuflado e protegido dos predadores. Isso é chamado de mimetismo, ou seja, quando um animal possui características que o confundem com outro organismo, neste caso com o galho da árvore, inclusive com as manchas brancas dos líquens. Sua migração ainda é pouco conhecida no Brasil, o que sabemos é que eles aparecem por aqui nos meses mais quentes do ano, depois, provavelmente migram para as regiões centro-oeste e norte do país, como a Amazônia.
É um privilégio receber a visita destas aves migratórias na nossa cidade, que além de nos encantar com suas formas, cores e cantos, nos ajudam com seus serviços ecológicos. Temos que fazer nossa parte, preservando as áreas naturais que ainda restam, para que elas possam continuar nos visitando nos próximos anos.
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